Enquanto o MCTI vive a sua maior crise financeira, o astronauta Marcos Pontes, que irá passar 12 dias estafantes em Dubai com uma comitiva de 23 aspones, nomeou hoje (14), o médico Marcelo Marcos Morales para o cargo de “ministro interino”.
Morales é secretário de Pesquisa e Formação Científica e protagonizou dois momentos constrangedores para a Ciência brasileira: viajou para Israel na comitiva bolsonarista que foi confirmar a eficácia de um spray nasal contra a Covid-19 e participou sorridente de uma live do presidente Bolsonaro em que criticava o lockdown.
A viagem para Israel deu em nada e custou R$ 88 mil aos cofres públicos. A comitiva era formada pelo então secretário especial de Comunicação Social, Fábio Wajngarten; o assessor especial da Presidência Filipe Martins; os deputados Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Hélio Lopes (PSL-RJ); o embaixador Kenneth Félix Haczynski da Nóbrega; o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto; e o secretário de Políticas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia, Marcelo Marcos Morales.
Lockdown
Marcelo Morales também participou em março deste ano de uma das “lives” de quinta-feira mais constrangedoras do presidente Jair Bolsonaro. Justo a que o presidente negava a eficácia do lockdown, segundo o Diário do Centro do Mundo e usou uma suposta carta de um comerciante de Salvador (BA), que teria cometido suicídio por estar inconformado com a situação. Na época o Brasil computou 2.233 mortos por Covid-19/dia.
Marcelo Morales é formado em Medicina pela Universidade de São Paulo, tem doutorado em Ciências Biológicas (Biofísica) pela UFRJ e é pesquisador na área de Biofísica e Fisiologia. Também é membro Titular da Academia Nacional de Medicina e da Academia Nacional de Farmácia. É considerado em tom de piada, como a “única cota científica” no asponário que Marcos Pontes importou quando assumiu o MCTI.
Sua interinidade não passará em branco. Ele já está convidado para participar de um evento nesta sexta-feira (15), promovido pela SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Entidade que parece não se cansar de passar a mão na cabecinha grisalha de Marcos Pontes e do MCTI, mesmo tendo perdido verbas para a pesquisa científica.
O alvo é sempre o mesmo: o ministro Paulo Guedes, da Economia, enquanto Marcos Pontes, que nunca brigou pelos recursos do FNDCT sairá mais uma vez ileso. Pontes só se preocupou uma única vez com a questão financeira. Foi quando o MCTI retirou no Congresso R$ 400 milhões dos recursos para ações de combate à Covid-19, para favorecer o pagamento de empresas com contratos na Finep.
*Será mais uma sessão de adesismo desta entidade com o amigo Marcos Pontes e o Governo Bolsonaro. Surpreendente, para não dizer: imoral.