Ceitec: o duelo pela manutenção de 0,7% do orçamento do MCTI

A extinção da Ceitec, uma pequenina fábrica de semicondutores e única na América Latina, representará uma economia de 0,7% do orçamento anual do MCTI, segundo a avaliação do ministro Vital do Rego, do Tribunal de Contas da União.
Pelas contas do ministro, isso significa que o gasto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações com a Ceitec em 2022 será de R$ 69,5 milhões; para uma estimativa de orçamento de R$ 9,9 bilhões.
Ocorre que no Projeto de Lei Orçamentária para 2022, o governo estima como orçamento para a Ceitec em 2022 um total de R$ 40 milhões. Ou seja, menos ainda que o previsto por Vital do Rego, considerando que a estatal já está em pleno processo de desmonte, com a perda de funcionários e enxugamento administrativo.
Para o relator do processo, ministro Walton Alencar a Ceitec não presta. Em oito anos de existência, como fábrica, não produziu nada de relevante. Só gerou 34 patentes e jamais será uma gigante na indústria de semicondutores como as empresas asiáticas.
Já Vital entende que, com apenas oito anos de existência, seria pretensão brasileira achar que a Ceitec poderia chegar ao patamar de qualquer fabricante de Taiwan. Para ele a Ceitec deve ser pensada como uma Embraer, que levou mais de 50 anos para alcançar o nível de maturidade de hoje no mercado mundial da aeronáutica.
O duelo de argumentos dos dois ministros do TCU, pró e contra a extinção da Ceitec, levou toda a tarde da última quarta-feira na sessão plenária do tribunal. Este blog procurou registrar os principais pontos de vista de cada um. O TCU pediu maiores explicações ao Ministério da Economia sobre a extinção da Ceitec, prazo que deverá levar mais 60 dias antes que saia uma decisão final da Corte de Contas.