A Polícia Federal amanheceu hoje (29) nas dependências da Ceitec S/A – estatal vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, que chegou a figurar na relação de empresas a serem vendidas pelo governo, mas depois, por falta de interesse do mercado, passou para a fase de liquidação.
A ação da PF é a ramificação de duas operações nacionais que investigam crimes de sonegação fiscal e corrupção. Em março deste ano, o presidente Bolsonaro demitiu, por e-mail, o general Amir Elias Abdalla Kurban, da direção da estatal, segundo relatos em coluna de Guilherme Amado da revista Época. Ele só chegou a ocupar o cargo dois meses.
Denominada “Operação Silício”, a Polícia Federal procura evidências para confirmar suspeitas da existência de uma organização criminosa que teria agido na Ceitec. Tal organização seria responsável por crimes de sonegação fiscal, corrupção ativa e passiva, lavagem de capitais, fraude em licitação e evasão de divisas, através de uma suposta parceria com uma empresa de São Paulo. Os crimes teriam ocorrido entre 2011 e 2016.
O sinal de que as coisas não iam bem dentro da estatal já tinham sido emitidos desde 2017, quando numa auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), ficou constatado que a Ceitec S/A apresentava “inconsistência na orçamentação de serviços; a medição e atesto de serviços incompatíveis com os descritos no termo de referência da licitação e no termo contratual;
e superfaturamento de serviços”.