Parece incrível, mas o Partido dos Trabalhadores perdeu uma eleição na Internet. A mesma que ajudou a construir e dinamizar nos 14 anos em que esteve no poder.
Como avaliar isso? Não sei ainda direito. Mas é fato e eu registrei isso aqui.
Jair Bolsonaro foi extremamente competente ao lidar com a rede, num cenário em que as TVs não lhe eram tão favoráveis, já que o seu tempo de televisão na campanha eleitoral era pequeno em comparação com o do adversário.
Sem saída, apelou para a Internet. Contou com uma ajudinha externa, principalmente vinda dos EUA. O “Trump brasileiro”, como até gosta de ser comparado, se valeu de um exército de robôs, que turbinaram redes sociais e serviços de mensageria.
Mas o que me deixa intrigado foi como o PT conseguiu ser tão ruim numa campanha presidencial feita pela Internet. Seu poder de fogo ficou restrito apenas ao trabalho da sua militância, do que no aparato necessário para combater o adversário, que jogou pesado.
Faltou o quê? Dinheiro para manter o seu antigo exército de influenciadores?
O partido – que proporcionou uma política de inclusão digital no Brasil com a venda de PCs a preços populares, que trabalhou ativamente junto com as teles para aumentar as vendas de celulares e serviços de rede, além de até criar um Marco Civil para garantir a neutralidade de rede e coibir os ataques à liberdade de expressão – acabou sendo vítima da própria rede que ajudou a construir.
A Eleição Presidencial de 2018 ficará marcada na História política mundial, como a eleição em que um “Davi que nem tinha um partido político disponível, venceu um golias usando mensagens, falsas ou não, para angariar eleitores.
Também ficará marcada na História, sobre como um partido político simplesmente desconsiderou a hipótese de perder uma eleição na Internet, porque contava com uma militância aguerrida.
Não aprendeu nada, mesmo depois de ter convivido, em sua época no poder, com uma eleição norte-americana em que elegeu o primeiro negro para Presidente dos Estados Unidos.
*O fato é que as eleições no Brasil nunca mais serão como antes. As Tvs já não mandam no cenário político.