“A Finep irá virar um banco de fomento para os pequenos”. Disse certa vez o então ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
A julgar pelo comunicado distribuído hoje para a imprensa pela IBM, a Finep considera a multinacional uma pequena empresa de software.
Resta saber por quanto essa “tecnologia pioneira” desenvolvida no Brasil será vendida depois pela IBM para o governo e a iniciativa privada.
* Como eu sei que o setor nanico de software brasileiro não irá se manifestar, por medo, deixa que eu me manifesto por eles: Isso é uma vergonha!
Leiam o comunicado da multinacional pobre e necessitada:
IBM Brasil e FINEP fazem parceria para desenvolver sistema que aumentará o poder de gerenciamento de recursos na nuvem.
São Paulo – 28 Abr 2014: A IBM Brasil foi contemplada pela FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) com R$ 5.7 milhões para desenvolver uma tecnologia pioneira no Brasil e no mundo para gerenciar recursos na Cloud de forma mais eficiente e em tempo real. O contrato tem duração de três anos para a criação do sistema básico, otimizações e teste. Além da equipe do laboratório de pesquisas da IBM Brasil, haverá colaboração de universidades brasileiras e estrangeiras, com o intuito de maximizar o conhecimento e a plataforma a ser desenvolvida.
Resultado do edital TI Maior, que tem como objetivo incentivar o desenvolvimento de softwares e produtos de tecnologia no Brasil, o montante será direcionado para o projeto que criará um software dinâmico e com autonomia de gerenciamento para que pequenas, médias e grandes empresas usem adequadamente o potencial da nuvem de acordo com sua demanda e missão.
Segundo Marco Aurelio Stelmar Netto, pesquisador do laboratório de pesquisas da IBM Brasil, a ideia é desenvolver uma plataforma que faça um balanço entre recursos especializados e tradicionais de maneira dinâmica, de acordo com a demanda da empresa em tempo real. “Um dos grandes diferenciais é que os usuários poderão especificar objetivos de negócio e restrições financeiras, e a plataforma automaticamente gerenciará os recursos de acordo com esses fatores. Sem a plataforma, empresas precisam gastar mais para ter acesso a recursos de alto desempenho e especializados de maneira desnecessária. Escolher os recursos é uma tarefa difícil, mas automatizar essa escolha levando em conta objetivos de negócio e custos será um grande diferencial”, afirma Marco.
A tecnologia poderá beneficiar empresas de todos os portes, universidades e órgãos governamentais, auxiliando-os em momentos críticos de demanda, principalmente em momentos de pico de acesso. “Esta tecnologia poderá ajudar diversos segmentos sensíveis no país, como agricultura, saúde, finanças, administração de cidades, educação, entre outras indústrias”, explica.
Há diversas aplicações para esta solução que podem beneficiar as cidades e negócios, como no caso, por exemplo, de uma empresa que queira fornecer na nuvem um serviço de gerenciamento de transporte, que disponibilize rotas personalizadas aos usuários de acordo com suas preferências e atividades. Esse serviço poderia ser executado em um conjunto de máquinas virtuais tradicionais. Mas, supondo que aconteça algum evento inesperado em uma região e que seja necessário fazer um processamento rápido das rotas de todas as pessoas afetadas por isto, este processamento poderia ser feito, de maneira ágil, por máquinas especializadas para atender este tipo de demanda emergencial. “A empresa cadastra seus objetivos de negócio e restrições financeiras, e com estas informações, a plataforma que desenvolveremos determinaria, automaticamente, se seria possível ou valeria a pena utilizar estes recursos”, diz Marco.
Muito do que é oferecido no mercado de Cloud hoje é baseado em máquinas virtuais, e a grande maioria das aplicações hospedadas na nuvem está relacionada à produção e consumo de informações, como sites de compras (varejo), blogs, sites de coleta de informações de trânsito e tempo, entre outros. São aplicações que podem ser executadas em máquinas virtuais, pois elas fornecem um bom custo benefício para consumidores. Mas existe outra grande gama de aplicações que poderia ser hospedada na nuvem e que precisa de recursos computacionais especializados, de alto desempenho e mais complexos de serem gerenciados. “Muitas das aplicações complexas são as responsáveis por grandes inovações que aconteceram no mercado de tecnologia e negócios”, finaliza o pesquisador.