Dentre os vários motivos que possam ter contribuído para Delfino Natal deixar a SLTI, me disseram que ele tinha “problemas de relacionamento” no ministério. Como não souberam ou preferiram não dizer com quem, deixei para comentar isso aqui na coluna.
Por uma simples razão: Delfino pode ter saído por vários motivos, mas este certamente não foi. A não ser que agora a pessoa ser transparente, dizer o que pensa na cara das pessoas, seja um “problema de relacionamento”. Porque pelo pouco que conheço do Delfino ele é assim, não deixa de ser honesto em suas colocações.
Mesmo quando eu o coloquei em saias-justas com perguntas complicadas de responder, por exemplo, Delfino nunca mentiu ou se negou a falar do problema.
E isso no serviço público não conta como mérito. Ao contrário, dizer o que pensa custa quase sempre caro ao interlocutor.
O Delfino que eu conheço, por exemplo, é aquele cara que, mesmo tendo assumido pouco tempo a SLTI, não deixou de entrar na área de comentários que existia nessa coluna, para prestar a sua solidariedade ao colega Rogério Santanna, na época demitido de forma brutal na Telebras.
Imaginem: uma pessoa detentora de cargo de confiança num governo, resolve se solidarizar com um colega que estava caindo em desgraça dentro desse mesmo governo e ainda assina o seu nome e coloca o cargo?
Enquanto muita gente se escondeu por trás de apelidos, Delfino fez questão de elogiar o trabalho de Rogério Santanna, de cara limpa, não teve apego ao cargo para falar de um amigo, quando este passava por um momento delicado em sua carreira. Isso não é comum.
Portanto, se ele teve “problemas de relacionamento”, talvez isso seja pelo fato de que ser honesto e falar aquilo que pensa, não é e nem nunca foi uma praxe em governos.
